Branquinha: A Cidade com Quase Dois Servidores para Cada Aluno, Mas com Educação Deficiente
Com uma população estudantil de aproximadamente dois mil alunos distribuídos entre o ensino infantil e fundamental, a cidade de Branquinha, no estado de Alagoas, possui um número impressionante de servidores públicos ligados à administração municipal. Entre efetivos e contratados, a cidade conta com cerca de 800 funcionários, um número que, em tese, garantiria um dos melhores índices educacionais do estado. No entanto, a realidade encontrada na educação municipal é bem diferente.
Apesar dessa expressiva quantidade de profissionais, muitos deles sequer prestam serviço à Secretaria de Educação. De acordo com dados do Portal da Transparência, a folha de pagamento da pasta consome mensalmente cerca de R$ 1,8 milhão, um valor considerável para um município de pequeno porte. Entretanto, a qualidade do ensino e a estrutura das escolas não refletem esse investimento.
A existência de servidores fantasmas, ou seja, funcionários que recebem sem de fato trabalhar, levanta questionamentos sobre a aplicação dos recursos públicos na cidade. Enquanto isso, escolas enfrentam dificuldades estruturais, falta de material didático e professores sobrecarregados.
Além disso, os vereadores do município se mostram inertes diante da situação, uma vez que a maioria deles mantém funcionários fantasmas na folha da educação. Essa cumplicidade política contribui para a perpetuação do problema e impede que medidas efetivas sejam tomadas para corrigir as irregularidades.
Diante desse cenário, moradores e especialistas cobram maior fiscalização e transparência na gestão dos recursos destinados à educação. A expectativa é que órgãos de controle e a própria população possam exigir uma melhor destinação dos investimentos, garantindo que os alunos de Branquinha recebam um ensino de qualidade compatível com os valores empregados.
A Prefeitura de Branquinha ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto.